Bragança Paulista – O paranaense Edson Luciano Ribeiro tem dois Troféus Brasil de Atletismo Inesquecíveis como não poderia de deixar de ser. Vice-presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e dono de duas medalhas olímpicas, duas em mundiais e duas em Jogos Pan-Americanos, Edson participará de ações de divulgação da edição 42ª do Troféu Brasil Interclubes Loterias Caixa de Atletismo, em Cuiabá – na sexta-feira (30/6), ao lado de Fabiana Murer, recordista sul-americana do salto com vara, e dia 3 de julho com Vicente Lenilson, também dono de duas medalhas olímpicas.
Nesta sexta-feira (30/6), em Cuiabá, Edson Luciano visita a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL) - será recebido pelo secretário Jefferson Neves e pelo secretário adjunto de Esportes David Moura -, vai ao Palácio Pataguás/Casa Civil para um breve encontro com o governador do Estado do Mato Grosso Mauro Mendes, participa de entrevista no Globo Esporte, e nas Escolas Estadual Liceu Cuiabano Maria de Arruda Müller e Várzea Grande-SESI terá um encontro com crianças e jovens para contar um pouco de sua história ligada ao atletismo e ao esporte olímpico. Ao seu lado, Fabiana Murer cumpre a mesma agenda.
Considerada a principal competição interclubes da América Latina, o Troféu Brasil Interclubes Loterias Caixa de Atletismo será disputado entre os dias 6 e 9 de julho, na pista da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que terá entrada gratuita para o público e transmissão ao vivo pela TV Atletismo Brasil pelo YouTube da CBAt.
Para Edson, os dois momentos inesquecíveis do Troféu Brasil foram vividos em 1996, em São José do Rio Preto, no interior paulista (a primeira de duas etapas do ano), e em 2003 no Estádio Ícaro de Castro Mello, no Ibirapuera, em São Paulo.
“A edição de 1996, em Rio Preto, foi especial porque foi seletiva para a Olimpíada de Atlanta, nos Estados Unidos. Peguei pela primeira vez um pódio nos 100 m. Cheguei em terceiro lugar e consegui a vaga na Seleção Brasileira que ia para os Jogos Olímpicos”, lembrou. Na época, os três primeiros colocados nos 100 m e o campeão dos 200 m representariam o País. “Tínhamos oito atletas com índice e garanti minha vaga na prova final. Disputei ainda em Atlanta os 200 m e o 4x100 m, em que conquistamos a medalha de bronze”, disse Edson, que correu ao lado de Arnaldo de Oliveira, Robson Caetano e André Domingos da Silva.
O outro Troféu Brasil muito especial do velocista paranaense, nascido a 8 de dezembro de 1972, na cidade de Bandeirante, ocorreu em 2003, no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, em São Paulo. “Ganhei a minha primeira medalha de ouro e o título de homem mais rápido do Brasil. Havia batido na trave com segundos e terceiros lugares em edições anteriores e corri os 100 m em 10.20, marca bem expressiva para a época”, disse. “Além disso, consegui os índices exigidos para representar o País no Mundial de Paris e os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, os dois eventos realizados em 2003.”
“Neste ano, fomos medalha de ouro no revezamento 4x100 m no Sul-Americano de Barquisimeto, na Venezuela, e no Pan de Santo Domingo, na República Dominicana, e prata no Mundial de Paris, França, onde repeti a marca dos 10.20 nos 100 m”, lembrou o vice-presidente da CBAt, que tem 10.14 (1.0), como recorde pessoal, obtido em Lisboa, em 2004.
Edson tem no currículo, então, as duas medalhas olímpicas, ganhas no revezamento 4x100 m – bronze em Atlanta-1996 e prata em Sydney-2000. Em Mundiais, foi prata na França-2003 e bronze em Sevilha-1999. Em Jogos Pan-Americanos foi ouro em Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003.
O velocista era um atleta esclarecido, sabia se expressar e entendia qual era a ação individual correta em uma prova por equipes. Após a primeira fase dos Jogos de Sydney fez uma análise considerada definitiva sobre o comportamento do revezamento brasileiro: foi bem na preliminar, melhor ainda na semifinal e teria de fazer uma corrida perfeita na final para ir ao pódio. E assim foi para o Brasil levar a prata.
Edson passou para a história como "homem de equipe", correndo como segundo atleta, às vezes terceiro, do revezamento. Sempre foi um gigante, e não apenas por seu 1,90 m, a serviço da seleção. Os colegas sempre o respeitaram, e era temido pelos adversários. Edson é o único nome do 4x100 m que esteve em todas as grandes competições a partir de 1995. Além dos pódios, esteve nas finais dos Mundiais de Gotemburgo-1995, na Suécia, com o sexto lugar, colocação que repetiu em Atenas-1997, na Grécia. Esteve na final da Olimpíada de Atenas-2004 - o Brasil foi sexto.
Ex-boia fria - colhia algodão -, frentista, lavador de carros, marceneiro e aprendiz de mecânico, Edson agarrou a oportunidade no esporte com toda a determinação. Filho de um mecânico e uma zeladora no atletismo teve a chance de mudar a história de sua vida.
Descobriu o atletismo aos 19 anos em uma competição quando servia o Exército. Foi convocado para disputar uma competição interna na cidade de Jacarezinho, no Paraná, e acabou vencendo, surpreendentemente, os 100 m correndo com atletas federados. O desempenho chamou atenção e abriu portas para uma nova carreira. Tornou-se atleta de fato em 1992, quando deixou a família e foi morar em Pato Branco (PR). Mostrou consistência e potencial e no ano seguinte já estava em Foz do Iguaçu, também no Paraná. Em 1994, mudou-se para Presidente Prudente, competindo ao lado de grandes nomes do esporte como André Domingos e Claudinei Quirino, sob orientação de Jayme Netto.
Teve menos de 13 anos de carreira, mas disputou três Olimpíadas e foi a final das três edições.
No final de 2005, Edson deixou as pistas e passou a se dedicar a projetos sociais de sucesso. Formado em Educação Física, foi auxiliar da equipe de Franca (SP) e trabalha na formação de atletas pelo Instituto Edson Luciano, no Projeto Correndo para o Futuro em São Joaquim da Barra (SP) e revelou nada menos do que Alison dos Santos, campeão sul-americano, pan-americano, medalhista olímpico de bronze em Tóquio-2021 e campeão mundial no Oregon-2022 dos 400 m com barreiras.
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O Troféu Brasil Interclubes Loterias Caixa é uma realização da Confederação Brasileira de Atletismo, com patrocínio das Loterias Caixa e do Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, com apoio do SESI, da Federação de Atletismo de Mato Grosso (FAMT) e da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
A competição tem apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), que desenvolve o programa de formação de atletas juntamente aos clubes integrados e ENADS: VEJA AQUI
A Prevent Senior NewOn é patrocinadora do atletismo brasileiro oferecendo medicina esportiva de precisão e estilo de vida para os que se ligam no esporte e apoio às competições.
As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.